Mostrando postagens com marcador jornalismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador jornalismo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Desafiando Sonhos

Há pouco, meu tio me perguntou se eu não escrevo mais (gosto da idéia de ter leitores assíduos, por mais que sejam os membros da família - e olhe lá!). A verdade é que quando se entra nessa de querer ser jornalista, tem que escrever muita coisa por "obrigação", coisas nem sempre prazerosas e informais o suficiente para a subjetividade. O resultado? Acho que perdi a graça - perdi de vista, da mira. Ou apenas tirei férias, é assim que prefiro pensar. Quando se preza pelo objetivo, fica difícil o criativo. Acho que o título deste, apesar de ser devido à outra coisa, define bem a saga.

Mas falemos do assuntos empolgante. Existe uma publicação de arte bem legal que rola por Los Angeles - principalmente. É fruto da colaboração de muita gente e visa divulgar trabalhos de novos artistas e também dos já consagrados que estão por aí a fora, fazendo suas badernas. No jornal, só aparece quem é considerado importante e capaz de fazer diferença. Estou falando do The Art Street Journal.

Você, que deve estar se lamentando de morar tão longe de LA, pode abrir um sorriso e ir direto ao site dessa belezura, fazer o cadastro e esperar sua cópia na porta da sua casa. É isso mesmo, a idéia é tão legal que eles não quiseram deixar ninguém de fora e percorrem o mundo todo, porta a porta > http://www.theartstreetjournal.com/

Para o Vol. ii Issue i, colaborei com um review de Desafiando Sonhos, solo de Nina Pandolfo na Galeria Leme. Fiquei toda felizinha e por isso seguem algumas prévias do jornal para vocês, incluindo a minha participação:

MULTIPLIQUE A CULTURA

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Celso Unzelte, um contador de histórias

Celso Dario Unzelte é um homem de manias. Entre essas, algumas das mais conhecidas: gosta de cantar hinos dos clubes de futebol, não usa camisa verde e coleciona datas – principalmente as de jogos do seu time do coração, Corinthians. No entanto, a mais notável, que pode ser percebida em pouco tempo com o jornalista, é sua grande mania de contar histórias.

Característica familiar. Em entrevista coletiva para os alunos da Faculdade Cásper Líbero, em 19 de junho, Celso revela que seu irmão cospe toda vez que passa pelo parque Antártica, e que seu avô, são-paulino de carteirinha, gostava de contar histórias para ele durante sua infância.

Época esta em que passava a maior parte de seu tempo lendo histórias em quadrinhos: “aos cinco anos, eu tinha absoluta certeza que seria o Walt Disney do Brasil”. E bem que tentou. O menino “nerd”, como Unzelte se descreve, desenhava em todo lugar, “até atrás do sofá branco da mãe”.

Não conquistou seu legado tão esperado, mas foi por meio de sua coleção de gibis, que contou com cerca de mil, que o “louco por futebol” passou a entender sobre o esporte. “Até os nove anos de idade eu detestava futebol. Um dia caiu em minhas mãos o Manual do Zé Carioca, que contava a história do futebol, aí eu me interessei pela teoria. Na prática sempre fui muito ruim de futebol, só um bom goleiro”, diz mostrando um dedo torto, modificado após levar uma bolada.

Esse interesse por história e pelo futebol veio a lhe favorecer anos mais tarde, quando decidiu ser jornalista. Formou-se em jornalismo pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM), no ano de 1989, e começou sua carreira no ano seguinte, na revista Placar, a mesma que comprava para ler as letras dos hinos dos clubes. Trabalhou em outros veículos como a Quatro Rodas e até mesmo brevemente para o Notícias Populares.

Fora das redações, ele escreveu livros como Almanaque do Timão e Almanaque do Palmeiras. Ao explicar o motivo de ter feito o almanaque do “inimigo de estimação” ele brinca dizendo que só trabalhou nas derrotas. “Só trabalho por prazer”, ri. A verdade, no entanto, é outra: “brincadeiras à parte, mais do que um clube, eu gosto da história do futebol”, justifica.

Com esse clima descontraído, Celso Unzelte tocava a coletiva com seus alunos, que aproveitavam a ótima oportunidade para saber curiosidades sobre a mão final na coloração do boletim de Jornalismo Básico. Esse cargo, já há sete anos atribuído a ele, surgiu ao acaso, por um convite do colega de trabalho Carlos Costa, que também leciona na Faculdade Cásper Líbero.

Não somente durante as aulas, Unzelte foca na questão da apuração, da informação acima da opinião e formula quase que uma receita para a profissão: menos caciques, mais índios – crítica aos veículos que lançam nomes consagrados do jornalismo, mas não se importam com a qualidade da informação.

A coletiva durou cerca de uma hora e quarenta minutos e alguns alunos ainda passaram o intervalo conversando com o professor, disposto a ensiná-los através de sua experiência. Parece que tudo teve um encaixe na vida daquele menino nerd, leitor assíduo, de excelente memória, terrível no futebol, neto de são-paulino e filho de corintiano: além de um profissional apaixonado pelo jornalismo, ensina com suas histórias.