quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Through the Eye of a Muse

Somewhere in her smile she knows
That I don't need no other lover

Something era pra mim uma daquelas músicas que a gente gosta mas não sabe ao certo de quem é, como é a letra, a história por trás. Era especial, mas ainda flutuava em minhas mãos.
Era conhecida, a letra mais linda. Tudo que eu gostaria de ouvir, uma canção que me fizesse sentir única, como se nenhuma outra mulher existisse. E vindo do Beatle George, que poderia ter quem quisesse em meio a tantas tietes, tornava o sentimento mais real. Bom, eu não sabia que a composição era dele, dessa parte eu só fui tomar conhecimento quando a ouvi na trilha sonora de algum filme que me escapa agora e, cansada do mistério sobre a música, fui atrás da bendita. Encontrei, era Something, e tinha que ser dos Beatles.
Ela tem aquele começo que cheira à naftalina, logo vem a bateria e uma melodia deliciosa, um solo de guitarra dos mais tocantes que só mesmo George Harrison/Eric Clapton apaixonados para fazer. Ou melhor, só mesmo uma mulher para inspirar algo do tipo: Pattie Boyd, a musa de ambos.
Something foi o começo de um currículo de invejar qualquer uma. Na lista consta além dela, Layla, Wonderful Tonight, For You Blue e Bell Bottom Blues – Todas grandes canções dedicadas a uma única mulher. Dentre os vários boatos sobre a música, gosto de um em especial. Sigo com a história e não me comprometo com os fatos.
Década de 60, pra ser específica, era 1964. As gravações de A Hard Day’s Night seguiam no ritmo da Beatlemania, as gravações duraram menos de dois meses e o filme já estava em cartaz no mês seguinte. Tempo suficiente para Pattie e George se conhecerem.
Boyd estava escalada no elenco do filme como uma colegial e, na época, estava quase noiva. Mesmo assim, Harrison fez a inevitável tentativa de sair com a moça, que recusou. Ele voltou a convidá-la e na segunda vez ela aceitou – já solteira. Bom, era óbvio o que ia acontecer.
Em dezembro de 1965, George pede Pattie em casamento, após Brian Epstern ter permitido, abençoado o matrimonio e concedido a mão da moça, que nem era sua filha (ele justificou que pediu a permissão pois não queria atrapalhar os projetos da banda). Os dois se casam em janeiro de 1966. Três anos depois surge Something, atribuída a Pattie Boyd e considerada por Frank Sinatra, na época, a melhor canção de amor escrita em 50 anos.
Ela é a melhor pra mim. Apesar de gostar da história, não me importa se foi ou não inspirada em Pattie. Prefiro até que seja só minha.

Ouça Something

2 comentários:

  1. Bela história, inspiradora que nem a nossa, minha Pattie (Layla)! =)
    Nunca foi tão gostoso ler sobre esse assunto como agora com você contando pra todo mundo, mesmo que roubando minhas pautas =P

    Gostei, tá excelente! Deu até vontade de ouvir, tocar...

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  2. Nossa, isso é foda... até nossos sei lá, 15 anos, a gente REALMENTE ACREDITA que a música pode ter sido escrita para nós, como se o artista nos espionasse de algum lugar, soubesse da nossa existência de alguma forma, e que ele estaria de todas as maneiras tentando nos conquistar secretamente. Depois dos 15... bom, não só aceita o fato de que ninguem sabe da sua existencia além de seus parentes e meia duzia de amigos, como o cara que escreveu a letra também não existe, ou melhor, existe, mas ele provavelmente é um banana, porque poetas são lindos dentro de suas poesias, e um saco fora delas. São tímidos, drogados e egoístas demais para realizarem os atos romanticos sobre os quais escrevem. O vizinho pervertido que te espiona secretamente pode ser mais interessante.

    Ahhh, sobre a Pattie, relaxa... as pessoas envelhecem, bota ela no google e veja como ela tá enrugadinha, isso pode ajudar, kkkkkkkkkkkkkkkkk

    bjs!

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